Águas do acaso
para o eco dos gestos afogados.
Uma lembrança
de partida.
Fisionomia de estimação,
de uma dor
invisível,
numa
despedida perfurada
Paisagens
interiores
Na peregrinação do desfazimento
Nasce um
isolador de memórias
Persistência efêmera
de uma historia
esquecida
Arqueologia do Esquecimento é uma série poética de fotografias acompanhadas
de isoladores de memórias (objetos). No processo, as fotografias foram insolentemente
expostas a ação corrosiva de água e luz solar. Um abandono consciente, numa insistência
pelos vestígios do esquecimento na imagem.
O resultado é o desenho do apagamento, presença do tempo, como se pudéssemos
ver o efeito do desfazimento destas fotos resgatadas de um acervo fotográfico
pessoal. A matriz da imagem não aparece nunca. Pois a origem para mim é o
momento em que reconheço a foto e a pauso no tempo, retirando-a da água. Um
resgate por meio do esquecimento, enquanto a imagem é esquecida ela fica na
memória.
O
trabalho foi desenvolvido num lapso de 10 a 15 dias, em que a data inicial é a
da colocação da imagem na água e a
data final corresponde ao dia em que a fotografia foi retirada. Nesse período
de latência, água, sol e chuva impactaram a imagem.
Durante a exposição, junto com as 5 imagens (ampliadas e colocadas
na parede), dentro de 5 frascos de vidro, intitulados Isolador de memórias proponho recriar o processo da ação do tempo, como
num intervalo entre dois momentos da existência da imagem.
Ficha técnica
s/t
2015
fotografia impressa sobre papel Aquarelle Rag 310g
70 x 100 x 6 cm
Isolador de memórias
2015
frasco de vidro, água e
fotografia
13 x 8 x 8 cm