24.6.15

Arqueologia do Esquecimento


Águas do acaso
para o eco dos gestos afogados.
Uma lembrança de partida.
Fisionomia de estimação,
de uma dor invisível,
numa despedida perfurada


Paisagens interiores
Na peregrinação do desfazimento
Nasce um isolador de memórias
Persistência efêmera
de uma historia esquecida



Arqueologia do Esquecimento é uma série poética de fotografias acompanhadas de isoladores de memórias (objetos). No processo, as fotografias foram insolentemente expostas a ação corrosiva de água e luz solar. Um abandono consciente, numa insistência pelos vestígios do esquecimento na imagem.

O resultado é o desenho do apagamento, presença do tempo, como se pudéssemos ver o efeito do desfazimento destas fotos resgatadas de um acervo fotográfico pessoal. A matriz da imagem não aparece nunca. Pois a origem para mim é o momento em que reconheço a foto e a pauso no tempo, retirando-a da água. Um resgate por meio do esquecimento, enquanto a imagem é esquecida ela fica na memória.

O trabalho foi desenvolvido num lapso de 10 a 15 dias, em que a data inicial é a da colocação da imagem na água e a data final corresponde ao dia em que a fotografia foi retirada. Nesse período de latência, água, sol e chuva impactaram a imagem.

Durante a exposição, junto com as 5 imagens (ampliadas e colocadas na parede), dentro de 5 frascos de vidro, intitulados Isolador de memórias proponho recriar o processo da ação do tempo, como num intervalo entre dois momentos da existência da imagem.







Ficha técnica


s/t
2015
fotografia impressa sobre papel Aquarelle Rag 310g
70 x 100 x 6 cm










Isolador de memórias 
2015
frasco de vidro, água e fotografia 
13 x 8 x 8 cm




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